
Carta ao Povo de Inconfidentes - Parte I
Se em algum lugar do mundo a luta tiver de ser mais verdadeira no sentido da libertação e emancipação de povos governados sob falsos valores, e sofrer consequencias, até ambientais, este será Inconfidentes. Sem dúvida. Pois aqui nascemos e nos fincamos à Terra. E ao pensar no restante do Brasil onde se repetem mazelas contempoâneas, jamais aceitaremos perde-la, como terra e País, por falso valor empenhado, crença em ficção e poder aplicado - por fútil dinheiro qualquer.
Pois acima de tudo proclamamos a vontade oriunda da potência biológica do próprio ser, saber e produzir destino: pela técnica e consciência de governar com justiça, ciência, filosofia e poder aplicado.
E sobrelevamos a razão meridiana da potencia e poder difuso da educação libertária sobreposta ao discurso da "servidão voluntária" - hoje ainda dominante, às custas do futuro; aliás, promovido pelo próprios representantes desse poder aviltante hoje instalado junto à administração publica. Enfim, por representantes apenas de si mesmos. Apenas herdeiros. Esquecidos da própria história pela energia transformadora despendida desde tempos memoriais - também pelas guerras do passado. E pelos ideais e razões libertárias sobrepostas.Eis o vergonhoso retrato do presente: País sem destino. Acéfalo. Desfibrado.
Pois queremos outro rumo para o Brasil. Também pelo planeta, pelo traçado da curva histórica como projeto e construção. E ajuste dos meios aos fins.
Não será pedir demais à inteligência da humanidade à esta altura da própria história - representada pela parte pregressa da curva - tomada sob equívocos em teorias de valor. E cuja revisão se exige tanto no contexto de Inconfidentes, como no bojo da teoria geral do desenvolvimento como arquitetura histórica a se intentar.
Eis daí, contraposto, quanto importa o Projeto Ambiental de Inconfidentes como contribuição à humanidade. Eis quanto importa o reerguer por nossas próprias fibras, saber e pensar.Dos meios aos fins, portanto.E aí se insere a instrumentalização proposta (universidade especializada por campo de saber LDB – Inciso III; Parágrafo Único – Art. 52) sob intensa crítica ao desvirtuamento da atual EAFI em afastada do fim educacional emancipador, libertário.
Pois urge recuperar o potencial restaurador de energias próprio de Inconfidentes desde sua formação para nos inserimos em nesse campo de luta pelas ciências e ética de aplicação. Força e potencia educadora da qual historicamente sempre fomos capazes em favor da coletividade - desde esse campo de observação humana, investigação tecnológica e, melhor gestão dos recursos públicos. Também pelas estruturas disponíveis entre ociosas ou sub-utilizadas.
Pois eis, de novo, a necessidade de removerem-se patologias do presente - tal como removeram-se grilhões educacionais no passado: quando o aluno, "educando" antes conhecido e designado apenas por número, passou a ter nome próprio, respeito, e assim ser chamado. Cidadão primeiro, desde a nascença. E responsável final por si. Após extinguir a figura do "guarda" de aluno, essa foi a herança estrutural deixada pelo educador João Moreira Bártholo (1912-1988), meu pai, quando aqui passou e instalou a primeira centelha libertária na antiga EAVM (1958) .
Evidentemente hoje a desvirtuada EAFI marca passo pelo tempo, voltada à educação para a submissão. A educação emancipadora para o Poder terá de vencer patologias do presente. E isso é quanto se espera como novo salto qualitativo a modificar estruturas viciadas e ociosas da antiga Escola: é quando dentro do Projeto Ambiental de Inconfidentes retomam-se revisões sobre teorias de valor. E impulsiona-se a teoria do desenvolvimento como ciencia aplicada. Pois como cabe entender, a esta se ajusta a curvatura histórica em proposta - ensaio em arquitetura libertária marcada pelos fins. E desenvolve a Engenharia, marcada pelos meios. Por fim, expressa a utopia e, eleva a consciência motora. Pois em lugar das mazelas do presente, como saneamento básico preliminar e, pelo espírito indutor, crítico e prospectivo, ter-se-á em Inconfidentes, o novo módulo educacional voltado à educação para o futuro; e o destino se tornará projeto aplicado pela potencia da crítica. E por sobre o poder materializador haverá de escorrer a razão (dialógica) e se estabelecer consenso normativo buscado. Pois eis a quanto se ajusta pelo intento o Projeto Ambiental de Inconfidentes.
Pois em favor do Brasil emancipado, aqui firmados no inconformismo ante o presente e com a potencia universal disponível, estaremos a nos expressar (pela práxis) no bojo do debate aberto; dispostos a promover a luta metódica pela liberdade econômica, paz política, justiça e progresso social para todos os povos. E pelo espírito capaz de transcender misérias do presente, o antigo Patronato Agrícola Visconde de Mauá, instituição correcional ante pequenas mazelas humanas do passado – ressurge pelas cinzas dos valores presentes na atual EAFI, agora a enfrentar as grandes questões da humanidade. Requer-se, portanto, onde justamente houve devastação e mau uso, o local para sediar a implantação do projeto embrionário da Universidade Federal de Inconfidentes. Local de onde, em contraposição, se intentará infletir a curvatura da história. Eis o projeto firmado e a perspectiva aberta.
* * * * *
Ensinaram nossos antepassados valores em educação - hoje vencidos pela crise e, reformulados sob crivos de revisão. Cumprimos também essa etapa forçados, até pelo amadurecimento coletivo da espécie (humana). E por eles permeamos nossa transição ao futuro para novo estado de consciência destinado a formar novo patamar de civilização.
E hoje em favor do futuro acumulamos lições do passado. Em termos de aprendizado exemplarmente temos, em Inconfidentes, lutas contra tiranias do poder autocrático, despreparado e imaturo. E nesse contexto, o cerceamento das liberdades de expressão evidenciam o exercício patológico do poder emprenhado de razões subalternas: não ousam sair das sombras. Aliás, atitude pedagogicamente perversa quando, como soe demonstrado, substitui o dever ético pela cumplicidade subserviente ao estabelecer códigos de conduta para subordinados. Pois para atuar na esfera pública, pela práxis pedagógica esse poder haverá de ser educado, desenvolvido e, pela legitimidade, subordinado à razão - capaz de se expor ao sol do grande meio dia.
Em suma: diante dos males do presente, Inconfidentes por sua história e potencial tem muito a ensinar desde a última eleição para a diretoria da EAFI. Em vão esse poder deformado tentou obstar a criação do Instituto para Desenvolvimento da Engenharia Econômica, Histórica e Ambiental. Fugiu ao debate aberto. Fraudou editais. Falsificou verdades em documentos oficiais. E foi incapaz de responder. Resta a indignação.
E hoje, impotentes, por vingança cortam árvores e destroem patrimônio histórico.
Foram incapazes de fazer melhor. Portanto, se a isso se resume a patologia estrutural do presente em busca de perpetuação, pedimos licença para apresentar o Projeto Ambiental de Inconfidentes.