(Texto em elaboração -sujeito a revisões)
Sobre patologias de poder
Qual seria a característica do subdesenvolvimento político, econômico, local, e da patologia do poder autocrático, cultural, a qual pudesse ser expressa numa simples frase como essa:
"Aqui é assim. Cada um que chega quer o poder. Toma. E depois fica sem saber o que mais fazer... lá dentro... no palácio".
E lógico, para completar, também patologicamente presunçoso e arrogante, se acha suficiente. E cada qual, seu palácio.
Resta cada um repetir quanto já houve para confirmar "ser agora" sua vez... deslumbrar, mudar móveis, repintar paredes.
Ora, acontece que a potência do "
Nesse núcleo de poder assim entendido, o poder da razão suficiente, diretora, sobrepor-se-á às componentes do poder "para" e do poder "sobre" como vértices do núcleo triangular formado; onde na base contemplam-se os outros vértices: as componentes do "poder para" de um lado e "poder sobre" pelo outro, assim ladeados e, a acumularem em si a razão necessária. Enquanto ao vértice superior, localiza-se o poder da razão [suficiente]. Resta pois á sociedade prover projeto criador e história engenhada. E eis a administração pública a conduzir pela própria razão de ser o processo histórico correspondente.
O Sr. Platão em suas concepções de mundo achava que os filósofos é quem deveriam governar. Pois nada será mais necessário ascender ao governo senão a crítica sistemática, revisora, e a razão. E depois, para te-la capaz de se expor, inteira, pura.
Em atos de administração, o Sr. Hely Meirelles já deixou marcada [acima] em epígrafe no preâmbulo deste Blog, quanto essa razão necessariamente deve ser justificável no âmbito público. Assim como gestos e razões administrativas, sempre seriam expressões justificáveis.
Porém eis a patologia. A ânsia da componente política ["poder sobre"]. Poder "sobre" coisas e pessoas, limitado, não contiver, em dose equivalente, justa e necessária, a competência técnica ajustada ao comando da razão [dialógica, consenso do Sr. Habermas, suficiência do Sr. Kant] aqui lembrados entre outros colegas de "métier" do Sr. Platão. Evidentemente esses assuntos constituem matéria a ser tratada em Escolas de Administração Pública.
Pois eis, minorada a potência do poder realizador, total quando a ânsia política e despreparada ou insuficiente razão pela razão ética e potência inerente à técnica assoma ao vértice da razão superior. Rompe o equilíbrio dos poderes dispostos sob razão suficiente. E torna serva a componente ética original do "Poder Para", incapaz, porém de assumir a componente original dessa parcela do Poder. Incapaz da mesma objetividade. E ao ser menor [inferioridade em potência de razão capaz] quanto à potência materializadora e ["poder para"] poder disponível, circundante - sufocado no interior do triangulo original sob razão excedente, disponível. E ética inerente, razão do poder.
E não faltam exemplos para conferir quanto o ente patológico ansioso pelo poder despreza a necessidade da técnica - pelo quanto desconhece. E no entanto, apesar da insuficiência própria, se crê suficiente. E autoritário se dispõe pelo "cume" da razão.
Evidentemente o triângulo se torna deformado. E a razão antes localizada no vértice superior se abate em altura.
E a ex-razão [suficiente] se torna insuficiente para se justificar. Eis o faltante. O "déficit" da ex-razão suficiente anterior.
E o "poder sobre", perdida em objetividade a parcela [inicial] preenchida pelo "poder para", reduz a potencia original, disponível do poder.
E o torna ineficiente [Eis no Brasil: contraria o Art. 37 constitucional].
No limite, perdida a potência [técnica] construtiva do "poder para", o poder "sobre" [político], se torna ao fim poder "para nada". Fim em si mesmo. E a perpetuação se torna meta administrativa a ser intentada contra o "poder para" resiliente. Eis [potência] poder dissipado. E dissipar essa parcela [inerente à razão suprimida ou reduzida] via de regra se torna obsessão perpétua do ente poderoso imaturo, inseguro [porém autocrático]. E será meta administrativa íntima, patológica, secreta [pois não há razão suficiente]. Eis a finalidade em si mesma perder-se em desvios, corrupções, sigilos e poder tirânico desabusado ao ponto de negar certidão sobre ato administrativo motivado. Exemplarmente, em contrário ensinado pelo Prof. Meirelles em seu livro [Direito Administrativo Brasileiro]. Evidentemente em Escola de Administração pública, firmam-se tais exemplos como indispensáveis ao saneamento das estruturas do poder no interior dos processos de educação. E principalmente quando ao poder se atribuem propósitos de emancipação da própria humanidade e, a realização das utopias como atos administrativos e metas de governos sob propósitos libertários.
Pois nesse modelo de poder e desenvolvimento emancipador, haverá a superposição da razão ao vértice do triângulo das relações internas do poder total, amadurecido no tempo e na história [humana] pela própria experiência e, de outra parte, pelo desmanche de ficções e alienações de valor. Onde por sinal acima das "mãos invisíveis" se instale a "cabeça pensante", organizadora e planejadora. Cabeça portadora da razão permeada pela crítica necessária, estabelecida, dialógica, suficiente, posta desta vez ao comando das tais "mãos invisíveis". Estas, no caso, localizadas pelo agir comunicativo e operacional das duas componentes: poder "sobre" {necessidade sistêmica correspondente à organização social e política} e, poder "para" {necessidade também sistêmica correspondente ao desenvolvimento social e econômico}.
Pode-se considerar o chamado "poder sobre" coisas e pessoas. Ou seja uma espécie de poder [disputado] pela ambição, e cobiça política pela organização [estrutura] para dar mobilidade ao corpo social circundante. E de outro lado pode-se considerar o "poder para" . Ou seja, o poder para cumprir o objetivo pela técnica [inerente] aplicada. A soma dessas duas componentes do poder, por fim resultam no poder humano capaz ou incapaz de organizar a vida, conforme haja a preliminar de consenso sobre planejamento. Este lapidado pelo preparo [educação para o poder] e legitimidade original, para haver cumprimento ético. E haver a nobreza em propósito e aplicação inerente ao próprio poder. E deste por fim, sobreleva-se a consciência amadurecida, histórica e, a heurística do próprio poder. Assim a humanidade firma-se por sua experiência e acúmulos [históricos] em ciência, filosofia e tecnologia cumulada pela arte.
Esse seria na soma das intenções colocada sob crítica e auto crítica ao próprio poder.
E no caso restrito da administração pública ou âmbito privadas, serem o espelho da legitimidade sob o à priori do mundo circundante. Onde afinal existe estabelecido o Estado. E Poder de Estado.
Então, restaria a esse poder, desde quando alguém se elege sob forma legitimada, cumprir programa de compromisso anterior. Expor e conferir o planejamento. Conferir o potencial da organização. E da disponibilidade [humana e material] para cumprir objetivo, além do conhecimento tecnológico e ética vinculada. Pois eis, isso é assunto a ser tratado em Escola de Administração pública.
E Inconfidentes é lugar ideal para fundar-se a segunda Escola de Governo no Estado de Minas Gerais. Onde se pretende, o poder se aprende. Ensina e educa.
Porque, no caso existe a necessidade de haver nova escola onde a Educação Para o Poder seja matéria objetiva e identificadora do que, enfim, seja legítimo ou ilegítimo. Portanto eis o código Ético, no caso dos funcionários públicos. Aliás, acessível pelo link [direto] da Presidência da República a propósito desse assunto [ética] encontrável na coluna ao lado abaixo título "Links Selecionados" (confere-se portanto razão oficial e motivção pública).
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Para o mundo em transformação enfim mover-se, será indispensável ao conjunto social circundante que o "poder sobre" seja capaz de estabelecer a rede de comandos como organismo materializador pela massa movente comandada, submissa à razão [suficiente] tida a priori.
E é indispensável que exista simultaneamente ao "poder sobre", o "poder para" para enfim conferir finalidade ao "Poder". Os nossos psicanalistas sociais, o Dr. Fromm entre os mais lembrados pelo assunto, já diagnosticaram: a forma mais perversa de exercício de poder, ocorre quando o "poder sobre" [essencialmente político] se sobrepuja e anula o "poder para" [essencialmente técnico]. E assim permanece a satisfazer-se, perdido de sua finalidade legítima, para tornar-se ociosa finalidade em si mesma. Apenas o poder pelo poder. E geralmente também observado, quanto mais perverso e danoso se torna o ente poderoso, quanto mais se arroga à suficiência se ignorante e presunçoso.
Pois eis na paisagem comum do poder imaturo situar-se o pretenso iluminado na Terra. Enquanto lá fora enquanto por achar por bem, a mediocridade impera pelos resultados difusos alcançados em cultura social e estrutural subserviente. Pois enquanto o "poder sobre" [político] apenas se limita a coisas e pessoas, é da técnica e pela essência o "poder para" criar, "poder para" organizar... "poder para" planejar... "poder para" construir...
Então a administração pública terá de estabelecer planejamento. Exercer a componente do "poder para" e, por ele ajustar o corpo administrativo à necessidade materializadora, quando o "poder sobre" atende à demanda do "Poder para" planejar.
Enão se pergunta, por exemplo: como será Inconfidentes daqui a 30 anos?
Pode continuar como está?
Pode crescer de qualquer jeito?
Onde está o planejamento de Inconfidentes?
Então, por esse motivo Inconfidentes se torna local ideal para aproveitar o modelo reduzido e, em Escolas de Administração Pública ensinarem e tornarem-se didáticas ações locais em planejamento e organização.
Então será preciso educar-se o poder pelo corretivo da crítica e autocrítica sob o pleno da democracia. E aí, finalmente, o poder e o agir comunicativo precisam conferir ética e discurso.
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Em Escola de Administração pública, esses assuntos serão abordados em forma concepções de poder, no caso o livro do Prof. Hely Lopes Meirelles deve tornar-se "livro de cabeceira" do administrador público.
Pelo menos para não ter-se de novo de perguntar: qual característica melhor expressa a patologia de poder numa Escola pública? Onde se faz concurso público à portas fechadas.
Não é para manipular para escolher o candidato mais "ajustado", solícito e subserviente ao exercício do "poder sobre"?
E não é por esse motivo que se inaugura a insegurança se a cada dois anos pode ser "descartado", se não for servo obediente? E isso é política educacional que se apresente ou é patologia a ser identificada - agora em proveito pedagógico?
Pois o Prof. Meirelles chama isso desvio de finalidade e abuso de poder - adrede fixado em edital.
Como pode uma escola ser saudável se a crítica mesmo potencial é banida? E o resto é o "poder sobre", incapaz de sobrelevar seu próprio "poder para" tornar-se inseguro ante o potencial do maior "poder para" alheio. E estruturalmente ir-se esconder através de manifestações ostensivas destinadas a intimidar o crítico recalcitrante.
Como a crise de poder e a catarse são positivas para amadurecimento do próprio ente "poderoso", no reverso [ausência de "crises"] a mediocrização estrutural decorrente da subordinação à margem da crítica será assunto também a ser discorrido em curso de administração pública em análise e prospecção histórica.
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Como campo de estudos, a vantagem do modelo local é o teatro reduzido municipal e federal aqui observado à olho nu.
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